Amo como o homem do campo
ama sua colheita.
Amo os caminhos que meus olhos
percorrem, sem destino, por avenidas sem poesia.
Amo com coração e braços abertos
aquele que na simplicidade de um olhar
acolhe o frágil, o esquecido, o escandalizado.
Amo cada gesto de quem amo,
e gosto de olhar os olhos que me olham.
Amo silêncios que inspiram poesias,
e carinhos que dispensam palavras.
Amo o inócuo, o inútil, o imprestável.
E amo o nada, o que ninguém vê,
o que se esconde no canto empoeirado do armário.
Amo porque amo,
e porque o mundo todo floresce quando
a alma está repleta de amor.
Lílian Terra
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