Na beira do mundo
há um beco
que se entreabre
entre lares e meninos,
dos quais o destino
por descaso,
se esqueceu.
Do centro ninguém
vê a lavadeira
que em suas mãos
carrega o peso
de uma vida inteira.
E em cada canto há
uma mãe que chora
e uma mão que reza
que já não há
corpo que aguente
essa mácula negra
de toda sorte de tristezas.
Na beira do mundo,
o mundo é um fiasco.
E nos olhos
do menino malcriado
se reflete a parte súbita
de um país escravizado.
Lílian Terra
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domingo, 18 de agosto de 2013
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