Batidas na porta da frente, é o tempo.
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento.
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
ele zomba do quanto eu chorei
porque sabe passar, e eu não sei.
Num dia azul de verão sinto o vento...
Há folhas no meu coração,
é o tempo.
Recordo um amor que perdi, ele ri,
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei.
E gira em volta de mim,
sussurra que apaga os caminhos,
Que amores terminam no escuro, sozinhos.
Respondo que ele aprisiona,
eu liberto.
Que ele adormece as paixões,
eu desperto.
E o tempo se rói com inveja de mim,
me vigia querendo aprender
como eu morro de amor pra tentar reviver.
No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer.
Eu posso, ele não vai poder
me esquecer.
Compositor: Aldir Blanc/Cristóvão Buarque
Intérprete: Nana Caymmi
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