domingo, 18 de agosto de 2013

Na beira do mundo

Na beira do mundo
há um beco 
que se entreabre
entre lares e meninos,
dos quais o destino
por descaso,
se esqueceu.

Do centro ninguém
vê a lavadeira
que em suas mãos
carrega o peso
de uma vida inteira.

E em cada canto há 
uma mãe que chora
e uma mão que reza
que já não há 
corpo que aguente
essa mácula negra
de toda sorte de tristezas.

Na beira do mundo,
o mundo é um fiasco.
E nos olhos 
do menino malcriado
se reflete a parte súbita
de um país escravizado.

Lílian Terra

-

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sete canções de declínio


Meu alvoroço de oiro e lua
Tinha por fim que transbordar...
- Caiu-me a Alma ao meio da rua,
E não a posso ir apanhar!

Mário de Sá-Carneiro

-

Páginas